terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Novidades no front de SANCA : The city that always sleeps and sheeps.

 
arqui&neotetos (foto plagio blogpilgrim)



Agora a cidade não é mais cidade tecnológica: é cidade arquitética. Bem, fala sério, tradicional como sempre foi, nada mais razoável do que dar um repeteco no que era a cidade dos Jardins. Sempre tem que ter um jardim mesmo.
Queria na verdade perguntar uma coisa, só uma coisa, pros moradores: Alguém já viu Santo Carlo?
Pois é, dizem ser da família dos Bartolomeus, ou melhor, dos Barromeus ou Borromeus. Segundo o sábio Araraquarense Youssuf Samaha, padrinho do Mentone, Santo Carlo era um arquiteto, vejam só:  ele pode ser chamado arquiteto mesmo! No período recente da pós-modernidade já se fala em neotetos.
Santo Carlo projetou o jardim da babilônia da Federal; o jardim  de inverno da Amici e as escadas do jardim plano da calçada da catedral universal. Mas ele não era apenas arquiteto, até porque não dá para ser só arquiteto. Todo arquiteto é sempre alguma outra coisa. engenheiro às vezes ... putz .... eles vão me matar.
Santo Carlo era um homem santo. Tinha engenhosidade. Por isso dizer que era um engenheiro. Seus filhos foram santos também. Não existia certidão de nascimento no século XVI ou XVII ... mas existiam filhos ... e muitos ... santos.
Santo Carlo inventou um sistema bem engenhoso. Por viver em terra íngreme, que sobe e desce, da cúpula do orbituário até o marco zero; do mercado municipal até o planalto central do aeroporto e Planície Samambaiana, graves problemas de elevação de água sempre ocorreram.
Baseado na lei do cucuruto ou também bate-estaca, o santo milagreiro inventou um modo da própria força d´ água elevar a própria água.
É fácil entender hoje. Mas naquela época, com a falta de energia e de imaginação, não era. Batizaram o efeito como "jumpwater" - eles diziam que era a água que subia por um coiçe de carneiro -  e licenciaram nos EUA pela Chicago Water Sons, Sheeps $ Co. Pagaram o batismo e transformaram em royalties. Patentearam. São Carlos foi crescendo, com seus Pinhais e Jardins. Agora havia água... muita água, bombeada por um sistema simples e fértil, nomeado depois de bomba carneiro.Parece que acabaram de pagar as commodities neste ano.
As montanhas continuaram, os jardins e praças também. Havia lá um velhinho que com seu vassourão limpava as praças e jogava as folhas na sua carrocinha. Era o Seu Baldaracci. Ele não escutava bem, mas tinha uma visão incomparável. Pelas manhãs limpava aquele monte de folhas secas. Descobria até as mais recônditas. A gente passava e dizia: bom dia seu baldaracci, mas ele nunca respondia. No outono trabalhava muito mais. Ganhava o mesmo. De tardezinha ligava a torneira da praça e aguava os belos ipês, patas-de vaca, flamboyants e primaveras; que diga-se de passagem, conforme apregoava o Dr Buiungo, se tratavam de Bouganvilles.
São Carlos: cidade bouganvilles! - ficaria bonito. Mas lograram chamá-la de Cidade Jardim, graças a bomba carneiro. Diz-se entre rumores fortíssimos que a nova chapada, a nova dhama da cidade, vai transformar o campo de golf em pastagens para eles. Uns ficam alí, dóceis animaizinhos, comendo mesmo...outros trabalham, por serem diferenciados. Carneiro de envergadura. De tradição; aqueles do paraná que são mais valentes e inteligentes. Dão duro mesmo. Vida de carneiro não é fácil. As portas não se abrem facilmente. Só no começo. Depois tudo fica nas entrâncias e saiâncias. Quem sabe novos carneiros possam  fundar uma nova cidade: a deles!
Quanto a Santo Carlo, ninguém mais prega nem faz santinho pra calendário.
Dá pra se ver como a cidade ficou longe dela própria. Os jardins longe da arquitetura urbana; a água escoou para o grande aluvião do aquífero guarani em Brotas. O jardineiro Sr Baldaracci se foi. Algumas das árvores também: viraram estacionamento. A urbanidade deixou alguns carneiros; um deles vive em seu jardim, indelevemente arquitetado... irrepreensivelmente solucionado. Estes Santos que aparecem, de vez em quando na Terra, parecem incompreensivelmente da família, do DNA. Mas, enquanto um jardim viver perto de um carneiro, parece que haverá sempre um outro santo qualquer, metido a crítico de arquiteto, que se julgue da tribo deles.




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mauriceETsantos, para os neotetos,2009      

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