quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

cumplicidade









Quando um não quer
outono e verão, os
dois não brigam.





maurici2009 





و

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

alguma coincidência?




alguma semelhança?



deriva dos continentes                                                        





   meiose celular




.mauriceETSantos,fractais,2009

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Escassez, hai kai da lua de dezembro





Água potável é,
no planeta cuidado,
inesgotável.
 לחכות ולראות ....







Novidades no front de SANCA : The city that always sleeps and sheeps.

 
arqui&neotetos (foto plagio blogpilgrim)



Agora a cidade não é mais cidade tecnológica: é cidade arquitética. Bem, fala sério, tradicional como sempre foi, nada mais razoável do que dar um repeteco no que era a cidade dos Jardins. Sempre tem que ter um jardim mesmo.
Queria na verdade perguntar uma coisa, só uma coisa, pros moradores: Alguém já viu Santo Carlo?
Pois é, dizem ser da família dos Bartolomeus, ou melhor, dos Barromeus ou Borromeus. Segundo o sábio Araraquarense Youssuf Samaha, padrinho do Mentone, Santo Carlo era um arquiteto, vejam só:  ele pode ser chamado arquiteto mesmo! No período recente da pós-modernidade já se fala em neotetos.
Santo Carlo projetou o jardim da babilônia da Federal; o jardim  de inverno da Amici e as escadas do jardim plano da calçada da catedral universal. Mas ele não era apenas arquiteto, até porque não dá para ser só arquiteto. Todo arquiteto é sempre alguma outra coisa. engenheiro às vezes ... putz .... eles vão me matar.
Santo Carlo era um homem santo. Tinha engenhosidade. Por isso dizer que era um engenheiro. Seus filhos foram santos também. Não existia certidão de nascimento no século XVI ou XVII ... mas existiam filhos ... e muitos ... santos.
Santo Carlo inventou um sistema bem engenhoso. Por viver em terra íngreme, que sobe e desce, da cúpula do orbituário até o marco zero; do mercado municipal até o planalto central do aeroporto e Planície Samambaiana, graves problemas de elevação de água sempre ocorreram.
Baseado na lei do cucuruto ou também bate-estaca, o santo milagreiro inventou um modo da própria força d´ água elevar a própria água.
É fácil entender hoje. Mas naquela época, com a falta de energia e de imaginação, não era. Batizaram o efeito como "jumpwater" - eles diziam que era a água que subia por um coiçe de carneiro -  e licenciaram nos EUA pela Chicago Water Sons, Sheeps $ Co. Pagaram o batismo e transformaram em royalties. Patentearam. São Carlos foi crescendo, com seus Pinhais e Jardins. Agora havia água... muita água, bombeada por um sistema simples e fértil, nomeado depois de bomba carneiro.Parece que acabaram de pagar as commodities neste ano.
As montanhas continuaram, os jardins e praças também. Havia lá um velhinho que com seu vassourão limpava as praças e jogava as folhas na sua carrocinha. Era o Seu Baldaracci. Ele não escutava bem, mas tinha uma visão incomparável. Pelas manhãs limpava aquele monte de folhas secas. Descobria até as mais recônditas. A gente passava e dizia: bom dia seu baldaracci, mas ele nunca respondia. No outono trabalhava muito mais. Ganhava o mesmo. De tardezinha ligava a torneira da praça e aguava os belos ipês, patas-de vaca, flamboyants e primaveras; que diga-se de passagem, conforme apregoava o Dr Buiungo, se tratavam de Bouganvilles.
São Carlos: cidade bouganvilles! - ficaria bonito. Mas lograram chamá-la de Cidade Jardim, graças a bomba carneiro. Diz-se entre rumores fortíssimos que a nova chapada, a nova dhama da cidade, vai transformar o campo de golf em pastagens para eles. Uns ficam alí, dóceis animaizinhos, comendo mesmo...outros trabalham, por serem diferenciados. Carneiro de envergadura. De tradição; aqueles do paraná que são mais valentes e inteligentes. Dão duro mesmo. Vida de carneiro não é fácil. As portas não se abrem facilmente. Só no começo. Depois tudo fica nas entrâncias e saiâncias. Quem sabe novos carneiros possam  fundar uma nova cidade: a deles!
Quanto a Santo Carlo, ninguém mais prega nem faz santinho pra calendário.
Dá pra se ver como a cidade ficou longe dela própria. Os jardins longe da arquitetura urbana; a água escoou para o grande aluvião do aquífero guarani em Brotas. O jardineiro Sr Baldaracci se foi. Algumas das árvores também: viraram estacionamento. A urbanidade deixou alguns carneiros; um deles vive em seu jardim, indelevemente arquitetado... irrepreensivelmente solucionado. Estes Santos que aparecem, de vez em quando na Terra, parecem incompreensivelmente da família, do DNA. Mas, enquanto um jardim viver perto de um carneiro, parece que haverá sempre um outro santo qualquer, metido a crítico de arquiteto, que se julgue da tribo deles.




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mauriceETsantos, para os neotetos,2009      

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Us momentu legal


Óia, Bela, Aninha, esse negócio de turma é bom,
Eu vi aqueles prato de sanduíche nas mesa,
Que beleza,
Parecia até as festa da Chirupita que nóis fazia nu bixiga.
Quando a turma se encontrava Bela, num tinha intriga.
Io me alembro.Io no dimenticato.
Orra meu, tinha até polenta.
Eu via as regazza pegando as batata pra fazer o purê.
Quar o quê, o Giovanni ia pru mercado e trazia tuda as batata,
E saber que despois de tudo virava purê.
- Óia Giovanni, cê viu os peso das batata? Gritava.

É Bela. O tempo passa rápido; nunca qui vi.
Eu te falei pra você que ia ser bom, num falei?
E foi. Que beleza. Os povo tudo lá sentado comendo e falando.
Parlavam, questo povo maledeto que fala ditudo, num é Bela.
Fala das vida das pessoa. Fala da gente também, io sei.
Só fartava mesmo essa gente pendurá as ropa nas varanda dos apartamento,
é, dos condomínio;
Qui nem qui lá no vico.

Ma vá, io queria mesmo parlá que você aprontou tudinho,
Olha que eu vi. Putz grila, você com a Cibele e a Sueli.
Pularam mesmo no girau. Ficaram até com os braço doendo.
Má também eu te falei pra você: Nunca que faz tanta força assim
que carqué dia fica tutto adormecito.
Bom. Má vá, a gente aprende. De um jeito ou de outro, a gente aprende.
Contá com os outro, contá com a gente e inda orví aquelas muxibenta falá.
Urra, cumo elas fala num é Bela. Má...


Io tô má que sastifeito, viu. Io to motto sastifeito.
Foi um festa i tanto. Gritamo tanto e quanto canto?
Lá do canto eu via você cantando feliche.
E o aniversariante, má que? Anqui feliche tantti.
Io, como proseante, num poderia de deixar de parlar,
Parlei mesmo. I parlaria mais motto se tivesse mais boca e arditório.
Sortei as palavra qui nem frecha...Sabe aquelas que sai cuspindo fogo?
Foi desafogo. Nóis tuti sabe o quanto nóis gosta do armofadinha.
Io to contento.
e tinha até que te agradece a você que tutti fez!
Má que, questa festa num tinha nem graça sem tua ajuda.
Má vá, má que num tinha nada in questa vida maledeta,
um torron de dúvida que há feto tutti de buono.


Ói Bela, te agradeço a você viu.
Porcapipa, se te agradeço.
Aliás, tutti tem sido uma bênçon.
Nostras brincadera, i jogo i comida, é, alimentasson, num é?
Eco bambina. Vá bene. Ciamo tutti agradecitti.
Per voi ter nascito. E vivito entre nói.
Que dentro de tutti questo mondo grande,
motto vem de questa amizade,
questa bela veritá qui nôi cunsideramo uma benfazeja.
Vá bene, i ói que se você num existisse tinha que fazê uma de istáuta,
de barro lógico, má que tinha, tinha.
A gente ponhava até as bota, qui se num usa, as direita,
alí despoi da entrada do broco.

Já pensou...ma quê, ia ficá mais bonito que o mercado municipar,
Longe até de sê iguar.
Porca la putana, io fico encasquetado com essas festa,
porque doppo tutti, acaba, assi, cuomo tutti começô.
Festeja, questo é buono. E parlo a voi, nesuno fá meglior!
Ana Paula, io voi fachere um verso per voi:

Guarda bela, que de tutti questa banguelaiada qui parla niente,
Catso, io fico tutti giorno feliche, permanente
Doppo que io te ha conocito, no vá, dimenticato uno solo minuti
Felicita, per voi, per noi, per tutti.
Aunque io bisonho tua amizade e grandiosidade de arma, Bela.
I até que questa vita magrela,
num sobra niente, das parola, na panela.
Eco, mangei tutto e bisonho motto.
Gracie por habitare questo mondo!
Ma vá. Gracie é poco.


Mauricietsantos,perte,aninha,2009.

os deuses de Kirk, Pepê e Gatão


Desatinos de um desatento
Para Kirk, Pepê e Gatão. 









Quanto desengano se abate no povo rude
Enquanto observar pude
nas ruas da cidade, a procura de seu tento
O sujeito, desatento,
Confunde o que crê, ser deus
que não convém com seu tempo.


Tamanha é a vontade do apego,
que o primeiro que lhe é perto,
agarra como se fosse certo
e lastima que não fosse de emprego.


Gente destelhada é assim mesmo:
Como rês fraca.
Anda para trás, com as pernas tronchas
ronca mas não berra prá vaca.
Garrote de linha é diferente,
não empaca, anda prá frente
vê a fortuna como outra gente.


Não precisa de olhos grandes prá deus ver.
Levanta a pedra da campina sêca, que bença,
e vê a vida,
que não é tonta
prá mode de se dar conta
de que o desengano não é crença.


O desconfio não afronta os olhos
Se a criatura tem tenência,
deixa a própria providência
que se encarrega de mostrar.


Deus passeia por lá.
Na folha da laranjeira
mais redonda que passageira,
cheia de prosa da laranja
que só a fruta mesmo pode contar.


Quando o vento sopra o pinheiro
os galhos gemem ligeiro.
Os bichos que vivem dentro do espinheiro
protegem o resto inteiro.
E o tal do formigueiro,
que no labirinto do mundo escondido
deixa passar desapercebido
a ferveção diante do luzeiro?


Quem vê deus não vê outra coisa.
Mesmo antes de morrer, não carece engrandecer.
A montanha antes do entardecer
nada é senão pedaço de grão,
que com os olhos do coração
fica mais fácil de entender.


É, você já botou reparo no zumbido da abelha?
Na ideiação da aranha na teia?
A araponga que calcula seu trinar?
O sabiá que gorgeia seu sabiar?
É, deus passeia por todos esses “artá”.


Todos os povos vivem de respeito.
As árvores, os povos em pé
os rios, os povos deitados
tá tudo muito bem ajeitado
prá caboclo nenhum pode desfazer.


Ainda que tudo fosse liso,
nem mesmo a chuva de granizo
nos faria emudecer.
A montanha do povo de pedra:
sua fenda e sua grota
faz a gente subir de trote
e reparar o que d’ele brota.


O arrogado do rio fundo cassoa.
Fundo e alagadiço se faz traiçoeiro.
Corredeira tranqüila no seu leito raso,
leva embora o incauto canoeiro.


Deus nunca fugiu da gente,
em nenhum instante.
Na tromba do elefante
nem no bote da serpente.
Deus é amável e certeiro.
No veneno ele corre como o carneiro
jogado no ar pelo seu bote ligeiro
corre pelo sangue na criatura alerta
e está sempre disponível
como uma porta entreaberta.

domingo, 27 de dezembro de 2009

cosmopolitei-me ou cosmopolitaram-me?


olhando toda aquela criançada do quinto andar consegui descobrir algumas com chapéu de papai noel e alguns carecas também. Tinham uns chineses falando muito...eles falam mesmo. Encontro de vez em quando alguns no elevador: consigo remendar um cheche ou tsetse? Sei lá, só sei que eles respondem cheche ou tsetse. Sabe aquela estória de não mexer em time que tá ganhando? Uma vez, pela manhã,  saiu, do fundo de minh´alma, um nihau - bom dia ... e eles responderam nihau também. Urrrú, irado.

Na verdade não é bom dia - é olá. Legal, falar nihau. Tente...é gostoso...eu garanto. Se pronuncia nirrau. Nirrau! Mas tem que ser um nihau com cara de um "bom" - bom dia: energético - NI-RRAU! Não coloque tanto stress na parte RRAU se não vai parecer agressivo. É um rrau médio, mas com poder; não com tensão, mas com firmeza, como se fosse Hau! dos índios norte americanos. Tenho dito muitos nihaus. Quando a gente fala nihau eles respondem nihau e dão uma risadinha. Por conta disso às vezes penso que não estou falando corretamente. Qualquer dia vou falar nihau pruma criança e ver o que acontece. O adulto já está acostumado com os vícios e cacoetes dos adultos. Já se acostumaram com os nirraus errados dos brasileiros. Mas a criança não. Se você falar nihau errado ela pode ficar olhando pra sua cara e não responder nihau. Pior, pode não responder nada e balançar a cabeça dizendo tsi-tsi.
Falo nihau todos os dias pro pé de ipê que plantei no condô. O pé é de ipê branco, tá pequeno mas consigo ver da varanda da sala; tá crescendo; pensei em colocar um pouco de adubo mas a cachorrada faz cocô por lá. Teve um poodle primeiro e na sequência veio um monte de outros; nem sei dizer as raças. Acho que é por causa da marcação do território. Mas o território não é com xixi? De qualquer maneira acho legal todos eles quererem o ipê que plantei como seus territórios; disputarem o ipê para os mijos da manhã e da tarde.  Dizem que cocô de cachorro de condomínio é ração. Bom, tomara que o ipê não reclame. Ainda preciso dar um nome pra ele.  Raonas - que tal?

Este ano não vi muitas luzinhas nas janelas - nem muitas janelas também. Queria ver um pouco do lado de lá - perto da favela da Cruz -  e quem sabe, se esticar o pescoço, consigo encontrar algum velhinho só pelos lados da casa transitória. Da febem não sobrou nada a não ser um monte de área sem verde; só chão e um prédio que lembra o holocausto dos incongruentes judeus urbanos da zona leste. Tem uma casa velha enfrente a antiga IRFM da famiglia Matarazzo que está abandonada. Nasceram tantas folhas verdinhas, não sei do que, pelas frestas da parede. O jardineiro certamente não passou por alí - nem plantou hera. Mas o edifício de uma velha fábrica de algodão ficou bonito, afinal. Tem também um outro prédio do lado das freiras que vejo aquelas mulheres de burka saindo e entrando. Consigo encontrá-las de vez em quando e mando logo um salam aleikum. Elas não respondem. Será que não pode falar salam aleikum pra mulher árabe? Ou só pras solteiras? Fico decepcionado esperando que um dia eu possa usar a resposta antes do greeting. Embaixo da minha língua tem algo pulando de vontade de sair caso elas falem salam aleikum primeiro. Aí eu vou lançar meu aleikum salam. Fácil, né? É só inverter! É, mas isto acho que nunca vai acontecer.

Descendo um pouco das freiras tem uma patota meio baixota que fala pouco. Muito menos que os chineses. Estes são fáceis de se comunicar - os Bolivianos aceitam um buenos dias na boa e logo fecham as janelas. Quando eles não querem conversa respondem em quetchua.
Tem Paraguayo também. Um buenos dias resolve mas se eu disser baechapá, aí abro as portas. Aprendi com os Guarani e quer dizer "como vai". Ele pode responder yporã para dizer tudo bem ou yporã tereí: tudo muito bem. Tereí é um "muito" ou aumentativo. Nunca eles me responderam yporã tereí. 
Um dia destes vi, por entre as frestas, um monte de máquinas de costura. Fiquei imaginando eles usando a antiga fábrica de algodão, uma fábrica remodelada, e vendendo pros árabes e chineses dos condomínios. Me pareceu tudo muito perto e tudo muito longe também. Tudo tereí estranho e tudo tereí próximo.

Junto da favela, que o pessoal da administração do condô e do "saúde da família" chama de "comunidade" (é favelão mesmo!), já tem um grupão de street dancers que domina o parque. A capoeira sumiu. Lá eles também tocam seus tambores e soltam os fogos. Pra cima da favela vejo, do quinto andar, três ou quatro igrejas evangélicas. Parece que eu teria que dizer algo como: bom dia, que deus esteja convosco. Mas os horários de culto nunca coincidem com a minha zanzação. Vejo-os apenas de ternos e, inflados, rezam e pregam nas duas esquinas que dividem duas áreas de índice de desenvolvimento humano: a primeira próxima aos países da ásia menor e a segunda aos da África.

Do quinto andar de minha janela vejo o mundo. Vejo alguns mormons de camisas brancas e gravatas pretas. Rezo um good morning body, what´s up?  quando trombo com um deles. Certa vez disse "how is it hanging?".
Eles não responderam e balançaram a cabeça dizendo em inglês algo como "putz, Jesus Christ!".

Recentemente encontrei alguns angolanos, nigerianos e moçambicanos.
Caraca, aí pegou. Não sabia distinguir um do outro e fiquei parado. Se eles soubessem que eu não sabia quem vinha de onde por certo não gostariam. Aí saiu um "bom dia",  que deu certo, menos pro Nigeriano. Pra este acho que se eu tivesse dado um good morning teria me saído melhor.   

Um dia destes, no ônibus, uma garota de pele bem escura me perguntou sobre o livro que segurava nas mãos. Ela falou em francês. Supus que era pelo livro que eu segurava: cahier d´exercices. Eu disse: Tout va bien! Ela não entendeu minha resposta. Eu queria lhe dizer que escrevo num blog e ninguém me entende mesmo. Ela teria que fazer um certo esforço. Nada. Ela disse que o problema não era o blog, nem eu, mas que ela era de Burkina Fasso e queria saber se eu falava francês. E eu que pensava que ela falava, como dizer? Burkinense? Pensei comigo: o que vou dizer? Ah, bon jour! Comment allez vous? Je me présente: Je m'appele ... et vous? J´habite dans le ... e ficamos alí tentando nos entender. Ela tinha uns lábios que deu vontade de morder. Nunca a questão das línguas ficou tão tensa.
Quando ela desceu fiquei seguindo sua pele por uns bons três pontos e antes de sair pela porta do bumba teria dito: au revoir, a bientôt! Eu fiquei contente com o au revoir em vez do adieu e mais ainda pelo a bientôt!

De volta pro burgo repensei se alguém neste veraneio viesse da Mongólia ou da Ucrânia?  Um Inuit? Um Derzu Usalá? Uau, pensei - o que eu deveria falar?
Antes de desligar a janela do quarto, atendi o celular da minha quérída de BSB que ia para Boca del Toro no Panamá, via San Jose na Costa Rica ... com o namorado que veio da Grécia. Só me restou mesmo falar efharisto, parakalo e kalimera pra ele no fone ... e um pouco, ou logo após,  ligar pra Cris: quem sabe ela não gostaria de ir de novo pra Nova Zelândia e aí a gente poderia encontrar o Jeff Yeaoohhhh - o big foot -  -e tipo dar um jump em Perth na Austrália, afinal ...ou ... passar o fim de semana com a Lucisgana no Embu das Artes e de lá dar um esticadinha para Iquique, Arica ou S. Pedro Atacama no Chile.

Ĝis la!

mauriceetsantos,2009

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mexeram na minha bússola








Quando bateram na minha porta pensei que fossem, de novo, as crianças do hallowe’en. Desta vez iria pedir feitiçaria. Mas não precisou. Antes mesmo de xeretar no olho mágico, desconfiei que, pelo horário, só podia ser algo do Pimentone: vou enfiar uma xixica embaixo da porta e quem sabe o monstrengo lá fora vai tombando, como diz mamãe. Preparei minha xipalapala.  Tarde da noite tem entregador de pizza, comida chinesa, delivery do rei do bacalhau ... e o carteiro do pólo sul. Pois é, lá também funciona, e olha que é longe. No Mar de Wedell, enseada de Terra Coats, tipo paralelo 40º, não tinha idéia que alguém viria me visitar. Afinal não sou nenhum príncipe nem conhecido de Marta, Astrid, Rognhild, Olaf, Elisabeth, Jorge V ou outro da corte, nem tampouco queria competir com Roald Amundsen ou Shackleton. 
Vão me tirar daqui de novo! Como me acharam? Calculei: estava um pouco mais da longitude 40º:  Mercúrio a 57.000.000 kilômetros. Maravilha de telescópio que ganhei do Johnny. Não importa que ele comprou na 25. O fato é que funcionava: made in China, vi embaixo do tripé. Não haveria então que me preocupar com o calor. A não ser este maldito aquecimento global. O círculo polar antártico ficava cada vez mais pra cima. Não! Eu ´tava indo pra baixo. Ali, acho, alguém haveria finalmente de constatar meu esquecimento global.
O relógio, presente da Okies, já estava congelado e não funcionaria mais. Parou  ao meio dia e doze minutos. Sem rádio relógio, nem sol pra fazer um gnono perdi a conta. Me lembrei da bússola. O ponteiro do pólo norte não parava de se mexer. Ficou tremendo por uns, sei lá, seis dias; depois parou.



Fixei um ponteiro encima da bancada da estação. Alinhei o pólo norte com o ponteiro externo à bússola. Pensei comigo: a mesa não mexe, certo? Se o ponteiro da bússola mexer é porque o planeta  'ta mexendo! Uau, très loucure malandre!  A mesa não tinha como se mexer. Ah, talvez até, caso a placa inteira do polo sul mexesse;  ela poderia, desgovernada do jeito que anda: fiz então um marco fora da casa  alinhado com um ponto virtual no mar correspondente ao Cabo Vahsel, por via das dúvidas. Fui percebendo que a agulha do norte começou a se deslocar. Não havia interferência de nada a não ser da minha respiração e, lá de fora:  uma tempestade de neve que mais incomodava as focas.Só uma coisa poderia alterar tanto a agulha da bússola: o próprio eixo magnético do planeta. Mas como? -  perguntei - o marco da bússola caminhava lentamente para  o equador. Imaginei o que poderia estar acontecendo em todos os equipamentos que se utilizam dos efeitos eletromagnéticos: ou seja, quase tudo. Certa vez ouvi de um físico barbudo e mal encarado que se um dia o campo magnético da terra invertesse os pólos, seria porque o centro do planeta, o magma, estaria rodando em direção contrária, e os spins dos elétrons iriam também inverter e com eles a terra iria ficar up-side-down. Mas que besteira, imaginei.
Depois que eu fiz a última ressonância magnética no meu calcanhar eu entendi que os campos eletromagnéticos poderosos alteram os spins dos elétrons. É isto mesmo o que acontece com o exame na imagem RNM. 
Bom, quero dizer que a Groelândia estava prestes a se tornar a Antártida e onde eu estava o oceano glacial ártico!
Tive que mudar minha cama de lugar. Ajeitei a cabeceira do lado oposto. Minha cabeça ficou apontada para onde a bússola mostrava o sul. Estranho, very weird! Dormi bem encolhido aquela noite. Acordei também não sei que hora e nem sei porque: meus pés estavam batendo na cabeceira!
Mas de que me interessaria, afinal?

Não havia coleta seletiva por ali. Derreti meu relógio no caldeirão da estação. Os dias já eram mesmo diferentes. O tempo mudou. Nada ficava mais em pé. Nem eu inclusive. A água que rolava ralo abaixo tinha invertido o sentido. Agora descia no sentido horário e devagar. A aurora boreal mostrou cores diferentes das usuais: um tipo de violeta com roxo e lilás. Interessante. Eu não tinha como contar meus batimentos cardíacos, pois não dava mais para ter "batimento/por/minuto". Não havia mais minuto.Mas percebi que estavam lentos. A gravidade alterou, pensei. Menor gravidade, menos pressão sistólica. Com isso tive mais forças para caminhar e fazer o que tinha que fazer, mesmo se sentindo meio de cabeça pra baixo.  O gelo flutuava feito pena de ganso. Não caía totalmente. O sol estava quieto. A raras ondas de calor sobrevoavam o mar e a impressão era que a água ia sair voando. Very weird! O lençol da cama ´tava levitando e o gelo lá fora boiava feito mandiopã. Do fundo do oceano surgia um tipo de montanha. O mar 'tava abaixando? Não, não podia. Era uma montanha que surgia do fundo  dele:  um umbigo crescendo no meio d´água. Uau, será a Glospéia? Lembra Gabi?  Será Kabilak? Lembra Daniel? Quando vi a bússola e o ponteiro que havia fixado fora dela na mesa, percebi o quanto a flecha tinha se deslocado, apontando exatamente para o sul quando deveria mostrar o norte. Só pude concluir que a precessão dos equinócios tinha ocorrido –  a Terra já não era a mesma. E como será que estava o resto do planeta? Escondido do jeito que fiquei naquele mar de gelo e naquele início de verão, que também não era mais verão, era inverno, pensei que seria bom ficar por ali mais um pouquinho. Mexeram na minha bússola e o hemisfério sul virou hemisfério norte! Os norte-americanos viraram sul-americanos -kkkkkk-  agora eles vão precisar falar protuguês ou espanhol e tirar visto, apresentar imposto de renda e provar que  são mais leves que os antigos latinos para entrar na América! E nós finalmente vamos poder falar inglês sem precisar pagar aquelas escolinhas chatas  ... e vamos também poder ter o nosso próprio Mickey. God´s  sake Jesus Christ dam it!  How would it be hanging it? ?Q estás haciendo, cabrõn...? Punta madre de dios - estás loco de la cabeza?  



 mauriceET7&SAnToS,pre-sessão,2012







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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

weird sounds


boat cracking
stone yawning
flower sniffing
mountain flying
stream jumping
bird talking
fireplace waving
wood writing
smog inking
sand yelling
frog spelling
bus begging
cloud coming
wind smoothing
worm singing
universe calling...

by pour translator and traitor
um universo gritando, uma minhoca cantando, um vento acalmando, uma nuvem vindo, um ônibus implorando, uma rã soletrando, uma areia gritando, uma madeira escrevendo, uma lareira surfando, um pássaro falando, um rio pulando, uma montanha voando, uma flor cheirando, uma pedra bocejando e um barco crepitando. by the eyes of a rooffan observing!
mauriceETsantos,2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Elizabeta e notas musicais de Laugeninho

quanto cafofo. fui finalmente aceito na matilha.
é, aqui entre lobos, somos machos e fêmeas; trocamos as lideranças. mas você é inquieta com este carinho. agora já tenho até escapulário prá salvar my backstage...é, tipo protetor das asas, das escápulas. pura sintonia, não é mesmo? e saber que todas as flechadas foram prá te salvar...e te dar rodinhas nos pés...prá você jogar bem longe aquela escada sinistra.

bom, de agora em diante prezamos pelo futuro strogonoff com arroz integral, pode ser? paragens da ZL que abrigam duas comunidades: a do Lau, com toda a sua imensa ternura - e tocando seu piano de costas - e fazendo gesto de maestro apontando que uma tal corda do violão tá desafinada e que o Johnny tá desfiado, kkkkkkkk, prá variar.
Johnny, acho que você vai ter que se contentar com o guitar hero e a gente podia ensaiar de novo aquela do band of the run...mucho boa mesmo.
Fica aí então prá Elizabeta e pro Lau minha eterna vigilância...de olho no acaso prá protegê-los enquanto nossa tábua durar. Pé em deus e fé na tábua.
e prá Terezinha e Naná? - olha que suco de limão foi aquele, caraca!!!! Num chega nem aos pés do negão da grapette - lembra dele Johnny? Aquele que passeava na areia da Barra, perto daquele quiosque famoso - como era mesmo o nome? Aquele frente ao bar do romário?  - gritando: olha mermão, suco de limão, pro garotinho e pro garotão..aproveita que é verão.
Terezinha, não ligue não que você não é tão geninha, o Johnny não viu tudo ainda... mas é tão necessária ... e agora no caminho da Elizabeta pode ser que paremos por aí, sem contra-baixo claro, mas com um microfone novo prá gente não ver o turístico tão inquieto. E somos todos gratos pela presença e ausência de Lau. Que bom ser um pouco com ele!

domingo, 20 de dezembro de 2009

nossos ternos sempre ternos

foto:cravoneto





                       eu queria tanto um terno já; dois ternos jaz;

uma quadra blues e um duo jazz.

um feliz agora; um próspero este instante - não queria deixar pra depois não.
Pois o depois dorme devagar e o que sou, sou instantaneamente agorando,
prá sempre.
um eterno agora está sempre por aí.
eu queria também a transformação desse olhar, desse ouvir, pois há tanto se ouve mas não se escuta e quando se escuta não se entende e quando se entende não se acredita e quando se acredita não se concorda nem se explora.
Agora, queria tanto um terno já; um que fosse de pele líquida; um Lelis agora e aquela macarronada com molho trattoria; da hora; um próspero estalante - aquele estalo que nos acorde e acolhe desse sonho futuro que nunca vai começar daqui a pouco nem daqui.
Há muito ainda.
Pois o agora acorda num berço aconchegante, sempre vazio e vasto, mas não ôco.
É bom vastar num termo, num tempo que não foi sequer movido nem molhado.
É antes aquilo que existia antes de haver.
Nossos verbos nossos; nossos velhos modos, nossos molhos grossos,
 nós olhados...nossos olhados....nós telhados...nós moscada;
nossos ouvidos...nossos templos, ensuorpados...nossos ternos sempre ternos.
 


 






  mauriciETSAntos,2009  








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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

gomenazay



eu quis dizer :

os modos de andar na vida



mauriceETsantos,nipon,2009









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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

parabel, paralém


coiSÍculaS

coisas, cacos, pedaços, fragmentos...
coisas que ficam ... 
mini pizzas ... 
mini coisas: coisículas!
Quantos saquinhos precisam?
Ah, desde o beabá ... 
até meu preferido babaganoushe,
muitas cercas,
tão afastadas uma das outras, que se perderam.

Bom revisitar, sempre, o que escreve su´alma, 
frenética e incansável.


mauriceETsantoS>pape>olhaessecachorroaqui<, 2009

Do I look absurd in this hat?


?question marks:?                                                                                                                    bymauriceETsantos>daftpunk,2009
The stupid era...really a bygone era,
some of us, some of me, planting Xmas tree
and spending lots of Ki
energy on those thousands lamps
silly or stupid - where are we gonna be free? 

it has been a pretty daft idea anyway; have I been?

mAY i HOPE ANYTHING from cop15?

Never hopes, without your own...

me - May I punk you?
you - Don´t be daft - let me pay - you paid last time.
me again - Where is the time?
you again - Depends, what thime is it NOW?
me, after time - iT IS unsound mind

Well, Tom & Stamp,
come on, get your way
and get you together, do not forget.
- But, where this light is come from?
- To where it goes.

I like that music, dou you regret?
Is there anything you´ve done in your life that you regret?
Have you got a ticket?

Yeahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh little babe in my arms, I bet!




segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

no BAnco do aviÃO


o banco da raquel no avião ficou com isto.
esquisito?
bolsa kayabi
a comissária ficou olhando meio estranho
prá mim ou prá bolsa da raquel?

mauriceETSANTos>intheairplane_to_CUIAbá,2009

o banco


o banco só
só o banco
onde elas estão
só elas
e a gente
que as vezes não vê
ou vê
só o banco
o banco só


mauRICEetsanTos,elas.com.o_banco,2009

No jardim de Arnaut


Parte da rua antonio miguel arnaut, 34



mauriceetsantos>caxambu>, 2009

arquiteto de moleque_Para Elaine

...era pra ser uma metáfora...mas não fui feliz.
O que eu quis dizer é que, para alguns, o arquiteto daquelas flores é a natureza própria; outros um tal de deus e, para outros, um outro tal.
Quanto ao meu pé, o pé de mim, o arquiteto do pé direito em parte sou eu mesmo, que construí, daquilo que dispunha, soluços e espaços ...incluindo este com a árvore.

Pé de mim


                                                                                                                 pé-de-moleque


mauriceetsantos.com>caxambu,2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

comentários repentinos

Responderei a todos: por que procuramos pelo amanhã? Onde está este sonho que caiu da prateleira junto com o pote de doce de figo?
Olha, ´tô pra dizer que aquilo não foi um bom negócio; aquilo de dormir e não saber se estava acordado, pois olhei pela janela e vi o sol...mas no sonho não tem que ser diferente? Não teriam que ter dois sóis, por exemplo? Pois é, dava no mesmo ... não dava mesmo pra advinhar que era tudo muito diferente da ficção...pois nossas realidades tem mudado tanto; parece que demora mas vem rápido. Eu tento. Coisas do tempo, da citizen, do shoptime. Afinal se eu ´tava dormindo não tinha mesmo que ver sol nenhum; deviam ser duas luas ou alguns vagalumes entediados.
Eu escondi a brincadeira, mas escondi de verdade. Até de mim mesmo. Não havia ninguém pra me dizer se era sonho, se era ilusão tudo aquilo. A gente não conversa quando dorme, não é? ...até conversa mas não se sabe com quem exatamente. E a gente também não sabe se estão falando com a gente ... se há algo de mensagem para mim ... a gente acha - somos eternos opinólogos.
Olha só: eu não escutei o apito do guarda noturno; não esbarrei com nenhum cachorro sem cabeça; boi tatá, pererê; sei lá.
Agora, entre um pão integral e tahine com mel, me esqueci de contar as contas de meu colar alucinógeno que fica pendurado na parede junto ao globo na sala de estar. São contas, nada mais.
Algumas revistas de mulher pelada espalhadas, algumas revistas espalhadas de bundas, algumas bundas espalhadas me lembram que bundas também lembram. Fica por aí, sem me vangloriar da descoberta do mundo e achar que todo homem é igual. Eles mudam. Eu? Bem, estou no aguardo...em QAP, devendo me confrontar com o que me excede.
As chamadas na secretária estavam aguardando: uma era da menina oferecendo aquele purificador de água Europa. Tinha uma ligação a cobrar e duas do Wilson. Wilson...wilson...ahahaha, me lembrou o filme do Tom, o náufrago, não era isso? ´Tô mesmo desarazoado, mas raramente fui visto como viajante de um trem sem cabeça. Ah, já sei - quem sabe "é favorável atravessar a grande água" - seguir o que os palitos do
I Ching diziam. Um oráculo, talvez, meio insólito, mezzo calabreza  mezzo contralto, saido das profundezas ou das sendas da noite. Fascinante, não? Um "nouveaux roman". Talvez seja o ato apocalíptico...2012.. profecias maias... sei lá de novo, pode ser algo como a febre da escatologia barata vendida nos camelôs da 25 ou uma regra qualquer familiarista retrógrada. Não, não. Não  é um adieu, mas um jusqu´au revoir. Deixaram a janela aberta e tudo o que vi passar foi o  depoimento. Havia um basta, isto me deu de recordar. E aí o sonho que era água virou um misto de piña colada com pisco. Uau, que abordagem repentina, germicida! Pois é, olha só, quando menos me dei conta, já havia tido aquele momento de elite: escrevi um hai kai...que só sai mesmo no repente, quando a gente se depara com a gente, na dimensão que não esperava...no inesperado. Pensei como todos aqueles, amigos, que a própria vida não passa da travessia de uma experiêcia caótica. E há algo mais caótico do que o repente?
Um beijo às duas. Há de se repartir.



...

maurice/langueETparole.com.voces.MG>Rio

domingo, 6 de dezembro de 2009

Repentemente


imagem jardim das delícias H. Bosch

Repente, não mais que repente, foi quem cantou no meio da rua.
Sob o olhar atônito das pessoas, que igual cantavam ordenadamente,
se fez uma voz no ruído e no passo silente.

Repente foi também aquele olhar dentro do metrô,
que durou um futuro dentro do ofurô.
Como o futuro demora muito!

De repente desistimos do abandono
e escolhemos um caminho, uma viela, um contorno.

Um encontrão, esbarro; uma abalroadela.

Repente foi o susto na contra-mão.
Será que sou eu ou todos que estão errados?
Quando todos erram, toldos acertam.

Ví meu relógio andar para trás.
Pensei que havia ele estado louco.
Foi então que percebi que todos estavam outros.

De repente o furgão do Tempex surgiu com minha encomenda:
a carta repentina já estava há muito escrita.
Não há nada que seja repente que não tenha havido antes na vida.




mauriciet7&SANtos,2010






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sábado, 5 de dezembro de 2009

Repente





de repente DERREPAN repetitivo

 de re-pen-te derrapei repetência
dere pent e repentino repentível

   derepe nte repentista repentão

DEre penT E reparenão repentinho



E se de repente as raízes da árvore fossem os ramos?
Uma árvore de ponta cabeça:
O rizona chupando a seiva no céu
e os galhos se bronzeando no fundo da Terra;


E se de repente as chaves sumissem?
Para que serviriam as fechaduras?

E se de repente o norte fosse sul?
O minúsculo a infinitude?

E se de repente tudo o que foi não é mais?

Se acordássemos sonhando?
Num dia qualquer de verão inverno
não víssemos mais dois dois,
a penas um um.

mauriceEt7&SANtos,2009