domingo, 20 de dezembro de 2009

nossos ternos sempre ternos

foto:cravoneto





                       eu queria tanto um terno já; dois ternos jaz;

uma quadra blues e um duo jazz.

um feliz agora; um próspero este instante - não queria deixar pra depois não.
Pois o depois dorme devagar e o que sou, sou instantaneamente agorando,
prá sempre.
um eterno agora está sempre por aí.
eu queria também a transformação desse olhar, desse ouvir, pois há tanto se ouve mas não se escuta e quando se escuta não se entende e quando se entende não se acredita e quando se acredita não se concorda nem se explora.
Agora, queria tanto um terno já; um que fosse de pele líquida; um Lelis agora e aquela macarronada com molho trattoria; da hora; um próspero estalante - aquele estalo que nos acorde e acolhe desse sonho futuro que nunca vai começar daqui a pouco nem daqui.
Há muito ainda.
Pois o agora acorda num berço aconchegante, sempre vazio e vasto, mas não ôco.
É bom vastar num termo, num tempo que não foi sequer movido nem molhado.
É antes aquilo que existia antes de haver.
Nossos verbos nossos; nossos velhos modos, nossos molhos grossos,
 nós olhados...nossos olhados....nós telhados...nós moscada;
nossos ouvidos...nossos templos, ensuorpados...nossos ternos sempre ternos.
 


 






  mauriciETSAntos,2009  








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2 comentários:

  1. Feliz agora para você, feliz hoje!!!
    Que em 2010 você não seja feliz, seja muito, infinitamente feliz e que continue nos brindando com sua poesia.
    Beijos!!
    TT

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  2. Valeu TT
    como é bom ser agora, como é bom ser feliz nesse exato instante.
    você já é o presente! entendeu?
    mau

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