A folha
comeu, deitou, dormiu.
No outono, acordou caída.
Escolheu, sonâmbula, o chão mais perto, preciso.
Não chorou. A penas, se coou.
- Eu? Não comi, não deitei e, insone, e-s-p-e-r-e-i a primavera.
Fui escolhido, acordado, inchado e úmido.
Queria ter caído, mas fiquei preciso e desperto todos os dias de minha árvore.
Penso que, se ela fosse eu,
talvez teria escolhido lírios.
Os lírios não caem.
Murcham.
Não escolhem, encolhem.
Encobrem as folhas, onde estão as folhas,
que comem, deitam, dormem.
No outono outro, acordam, de novo, caídas.
A árvore, quando faz uma folha, ela me líria:
- Se fosse eu, teria escolhido você.
Maurici, seu blog é a sua cara. Gosto dos seus neologismos.
ResponderExcluirbedjo
san